9 de jan. de 2008

Perdido no Paraiso

De repente o mundo ficou ao contrário. Fui sempre o que sou hoje? Não consigo mais me lembrar o que eu era antes de você aparecer em minha vida. Hoje estou perdido, mas será que já não estava assim antes? Não sei as respostas e você também não pode me fornecê-las. Errei em algum ponto, mas não sei qual, nem quando. Estou buscando redenção, mas não sei de que, nem onde encontrá-la.
Fico vagando, correndo de um braço para outro, procurando pessoas que esquecerei em poucos dias. Sexo barato, vinho tinto e baseados.
Procuro o deslumbramento em grandes olhos azuis, na curva suave de um seio muito alvo, no roçar de um braço nu contra meus braços nus, em cabelos negros esvoaçando contra o vento, em pernas longas e macias. Mas isto acaba durando muito menos do que deveria, e no final fica apenas a minha perplexidade de não saber o que fazer com estes momentos fugazes.
Então sigo andando em frente, procurando pela estrada que me levará ao paraíso.

Mauricio Spina 01/2008

Um comentário:

william paul da costa disse...

Spina,

Contos curtos é meu maior sonho de consumo. Lembro uma vez ter lido Seis Propostas para o Próximo Milénio de Italo Calvino, pirei. Era tudo que eu queria.
mas é isso ai. Parabens.
william